Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

19 maio 2006

Entrevista de Amílcar à "Agrotuning World"

Como já devem ter reparado eu sou um moço que tem um nome jeitoso no mundo do tuning rural. Peço desculpa pela falta de modéstia, mas foi sem surpresa que recebi o convite para uma entrevista à mundialmente conhecida "Agrotuning World". Desde já passo a transcrever:

"Amílcar Filhoses, com o precioso contributo de Aníbal, tem vindo a desenvolver um excelente trabalho na divulgação do agrotuning em Portugal e no mundo. Bom moço, amigo do seu amigo, Amílcar, é aclamado como o profeta do agrotuning pelos seus seguidores. A Garagem do Amílcar tem sido um verdadeiro laboratório de tendências e é, de longe, a mais afamada mundialmente. Motivos mais que suficientes para entrevistar Amílcar, o profeta do agrotuning.

Agrotuning World (A.W.) - Como define o agrotuning?
Profeta Amílcar (P.A) - O agrotuning é a mais linda tendência do tuning.
A.W. - ...
P.A. - Já está.
A.W. - Perdão, peço desculpa. Como todos sabemos, o agrotuning é uma actividade algo ingrata no campo das remunerações auferidas pelos trabalhadores desta. Como encara tal situação?
P.A. - Sabe, isto tem uma justificação muito simples. Tudo começou em mil nove e noventa e nove. O Sr. Alcides, da venda da Afolhadosa, tinha a mania que era fanfarrão e, como tal colocava os preços todos 5 cêntimos mais caros que o que devia ser. A comunidade lá da aldeia não achou grande piléria e revoltou-se. Invadiram a venda, levando tudo o que lá se encontrava, desde sabão macaco e ceroulas até queijo flamengo fatiado e presunto de Alcoutim. Desde então que a nossa economia não é a mesma. Noto um certo desgaste... e não tenho dúvidas nenhumas que foi o ataque à venda do Alcides que virou isto tudo de pantanas. O impacto económico fez-se sentir à escala mundial e tem-se vindo a agudizar. É algo de muito aborrecido, digamos. E a verdade é que temos de ser uns para os outros! Por isso não me sinto de maneira nenhuma insatisfeito com o facto de não receber muito. Sou um rapaz simples e, como tal contento-me com pouco, desde que dê para a bucha. E afinal de contas todos temos de fazer sacrifícios... é apertar o cinto, amigo! Se todos apertarmos um furinho de certeza que dentro em breve a crise será ultrapassada.
A.W. - Todos sabemos que não é pelo dinheiro que dispensa o seu tempo ao agrotuning. O que o move realmente então?
P.A. - Isso depende muito... se estiver a pé são os pés, ou chispes, como queira. Se estiver de tractor, aí são as rodas. Piada gira não?
A.W. - Sem dúvida. Há quem diga que o agrotuning é como uma mulher, no sentido em que é uma ocupação que exige tempo e atenção. O que tem a dizer desta afirmação?
P.A. - Para ser sincero nunca gostei muito do Camões... tem a mania que é poeta. Prefiro remeter-me ao silêncio.
A.W. - ... Qual foi, para si, a inovação mais marcante do tuning rural?
P.A. - Acho que foi sem dúvida a roda.
A.W. - O seu trabalho é muito apreciado tanto em Portugal, como no estrangeiro. Como se sente quando os agrotuners lhe chamam de "profeta"?
P.A - Por um lado bem, porque talvez um dia venha a ter direito aos direitos de autor de uma nova Bíblia. Por outro lado acho mal, já que acabo por ser conotado com um gajo que se chama Moisés, o que é sem dúvida um nome ridículo. Mas acho que o saldo acaba por ser positivo. Pesando os prós e contras acho que gosto.
A.W. - Uma última pergunta.
P.A. - Porra estava a ver que não...
A.W. - Qual foi a sua ideia? Durante toda a entrevista esteve a tentar fazer uma imitação rasca dos Gato Fedorento ou do Avelino Ferreira Torres?
P.A. - Mas olha-me este... (cabeçada na cana do nariz, murro na barriga, pontapé nos queixos, sabelha na bochecha direita, gemidos de dor, repuxo de sangue, pontapé na cabeça, pontapé na cabeça, pontapé na cabeça, escarra verdinha, pontapé nos orgãos genitais, olhar de desprezo) Toma lá um bocadinho de fúria divina meu cromagnon! Ningúém se mete com o Profeta Amílcar. Ninguém!!!"