O Casio de Barcelos

Parece-me que mais uma vez me terei de pronunciar sobre o caso que anda a agitar Barcelos. Muito se tem especulado, porém poucos sabem do que realmente se trata. Mais uma vez é hora do Amílcar entrar em acção. Estou, portanto, hoje aqui para vos esclarecer sobre o Casio Mateus, o caso que anda a pôr em polvorosa a pacata cidade de Barcelos.

Tudo começou com a chegada do novo relógio para a igreja da terra. Queria-se um do bom e do melhor, tendo-se portanto optado por um digital, bastante dispendioso por sinal. O Casio, de modelo Mateus, seria o relógio a adoptar.

Arrojado como se queria, cedo deu problemas. De uma em uma hora lá lhe dava para adiantar vinte minutos, de forma que já eram onze horas da noite e ainda estava a dar a Praça da Alegria, o que, convenhamos, é o inferno na Terra. Gerou-se um imbróglio. Os galos cantavam a horas incompreensíveis, havia pancadaria de meia-noite, a qualquer hora do dia, por causa dos horários... bem, foi algo de escandaloso.

Apesar de no catálogo vir descrito como um relógio "à frente do seu tempo", a população não gostou quando o fornecedor lhes disse que se deviam ter informado melhor aquando da compra e ter lido devidamnete as informações dadas. Não podiam portanto queixar-se deste exemplar, que, como ele lhes dissera aquando da compra, vinha incorporado com um sistema de GPS, de forma de mudava de fuzo horário regularmente.

Os habitantes não se conformam e, revoltados, exigem o reembolso total dos 60 euros dispendidos na aquisição deste. Prometem recorrer às mais altas instâncias para levar o caso avante. Circulam já rumores que São Tomé poderá vir a ser chamado a testemunhar.