Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

05 junho 2007

Memórias de guerra

Hoje saiu um que artigo do Correio da Manhã que merece particular atenção. Podem vê-lo aqui.

Nota para as seguintes citações:

  • “Os combates eram duros e muito feios” - fazem com cada desfeita às pessoas... com franqueza! Vai um tipo lá para as Áfricas para ver disto? Está uma pessoa ali pronta para o glamouroso mundo da guerra e depois aparecem uns rebentos de meretrizes a disparar contra nós! Não se admite pá... (segundo o que conseguimos apurar esta citação não é de Carlos Castro, mas de Libânio Miquelina. Prometo não gozar com o nome)

  • "acabou-se com o ‘santuário da UPA’, onde os independentistas se consideravam inexpugnáveis, apesar de alguns aviões da Força Aérea Portuguesa irem de vez enquanto lá despejar uma bombas" - gosto da displicência do "despejar umas bombas". É um eufemismo de requintado valor linguístico que denota toda uma categoria, inalcansável ao comum dos mortais. Já agora, só há uma coisa que me faria dar por bem empregues estas bombas, sobranceiramente despejadas: a possibilidade de o santuário da UPA vender Nossas Senhoras fluorescentes.
  • "A partir de um morro rodeado de matas diabólicas, com as picadas que lá conduziam obstruídas por árvores e muitas valas" - ena pá... isto dava um filme do Stallone. Boa Libânio, ao que parece isto foi mesmo algo tipo Rambo. Hein, ali uma luta entre o homem e a Natureza sob o mando de Leviatã... sim senhoras!
  • "E o 96, do tenente-coronel Armando Maçanita" - AHAHAH... que nome tão brutal! Armando! AHAHAH.
  • “Quando chegámos à zona tivemos de intervir rápido porque descobrimos que eles estavam a tentar destruir a única ponte existente”, conta o alferes da 105. “Eles faziam grandes fogueiras com muitas árvores e ramos sobre o tabuleiro e depois baldeavam água por cima para estalarem com o cimento através do efeito da diferença de temperaturas. Foi um ataque difícil porque eles já tinham metralhadoras automáticas, além de canhangulos e bazucas" - Caramba pá... os outros marmelos também eram um bocado estúpidos não? Se têm bazucas por que raio andam a fazer o chamado banho turco ao tabuleiro da ponte?
  • "Os ataques inimigos aconteciam de dia e de noite, ao meio-dia e ao meio da tarde" - ás vezes também aconteciam a toda a hora. E outras a todo o momento.
  • "Além das metralhadoras, o canhangulo é que era a mais temível arma deles. Aquilo disparava uma carga com pregos e pedras que levava tudo à frente, enquanto uma bala fazia só um buraquinho a entrar e um maior à saída.” - cá está. O que é um tiro de metralhadora para o alferes Libânio? Isso só faz uns buraquinhos. Por amor da santa! Nós nascemos todos com pelo menos 5! Isto de ir à guerra é quase como furar a orelha...
  • "Morreu devido à queda do avião em que viajava juntamente com quase todo o seu Estado-Maior. Na lista dos 18 mortos no desastre no Chitado estão também um brigadeiro, quatro tenentes-coronéis, dois majores e dois capitães" - Morreu um brigadeiro? Fogo pá! Desperdiçar comida é que não!
  • "Valeu o pelotão de Engenharia, comandado pelo alferes Jorge Jardim Gonçalves: construiu jangadas e removeu árvores de grande porte para erguer pontes" - mas são putos ou quê? Jangadas?
  • "Em Angola, começou como comandante de Caçadores Especiais" - ok, este esquadrão é brutal. Há a artilharia, a cavalaria, paraquedistas, essas tretas todas. E depois temos gajos especializados em caçar perdizes.
  • "Os guerrilheiros da UPA, no Norte de Angola, emboscavam as tropas e, por vezes, atacavam em hordas, às centenas: enfrentavam as balas de peito aberto, armados de catanas, paus e canhangulos, alguns aos gritos de 'bala não mata'." - ok, nós não ganhámos por mérito. Foi só por eles serem mesmo parvos...