Praystation

Todo e qualquer miúdo já jogou numa consola. Quer seja Nintendo, Sony, Sega, ou mesmo dos marroquinos, o resultado é sempre o mesmo: horas e horas de rezas para o galheiro. Para colmatar esta grave situação eu e o meu amigo padre Maurício vamos apresentar hoje ao mundo a consola que o vai revolucionar. Afastai-vos. Abri alas para a Praystation.
Esta é, acima de tudo, uma consola amiga da religião. Para ela funcionar, o controlador terá de rezar três padres-nossos e cantar duas salvé-rainha, de forma a cumprir a sua obrigação de bom cristão. É óbvio que este último caso não se aplica caso o utilizador seja mudo ou o vocalista dos Toranja, o que é quase o mesmo.
O principal atributo desta consola consiste na sua bênção divina. Untada de fábrica com água benta, esta promete não desiludir quando a luz for abaixo, já que podereis sempre contar com a luz do Santíssimo. A Praystation tem ainda um disco rígido interno de sessenta gigas, sessenta e dois megabytes de memória principal, lê DVD, CD, MP3 com uma qualidade irrepreensível e pode tocar fontes em ADPCM com quarenta e oito canais, podendo processar som em múltiplos canais digitais e independentes. Isso é que vai ser ouvir o padre Borga...

Não sendo pau para toda a obra, esta consola não lerá jogos que contenham qualquer tipo de imoralidades. Não conteis portanto com mini-saias e depravações satânicas. Os títulos já anunciados são: "Devil May Cry 7", uma alucinante experiência de jogo, no papel de São Tomé, e "Em Busca do Terço de Nossa Senhora", uma espécie de Onde está o Wally, onde o jogador tem de procurara no Santuário de Fátima pelas pernas e axilas da Virgem Santíssima. O "Rise of the Dead" ainda não está confirmado, podendo, no entanto, vir a sê-lo já na próxima semana.

Resta ainda falar dos comandos. Serão cruxifixos ergonómicos de elevada precisão, pintados á mão com motivos sagrados, optimizados para lhe proporcionar uma experiência de jogo, o mais bonita possível.

Ainda não anunciada a data de lançamento, podemos desde já garantir as versões para budistas e islâmicos, estando ambas ainda em fase de desenvolvimento.