Episódio caricato
Ei amigos do agrotunig! Como vão vocês? Tudo jóia? Eu sei que há um tempito que não escrevo nada sobre agrotuning neste blog, que, aliás, é dedicado a esta vertente do tuning. Porém a minha vida tem tido uns episódios caricatos que não posso deixar de contar. Este aqui é um deles.
Ia eu no outro dia na carreira para Santa Dominguisa quando encontro no meu assento um belo exemplar da revista “A Sentinela” de 15 de Abril de 2006. Se calhar não foi bem no outro dia. Provavelmente até foi hoje… Mas continuando; tudo isto para dizer que este episódio banal me levou a um novo patamar de espiritualidade. Não quero com isto dizer que traí o deus Bode, nem o agrotuning, nem muito menos o Cristianismo. Só achei bonito e enriquecedor o que aquela revista dizia.
A capa era ternurenta: um casal de idosos japoneses que olhavam um para o outro com aquele ar de apaixonado. Apesar de um bocado abichanada posso dizer que esta capa me encheu de vontade de ler este exemplar d”A Sentinela”. Desta forma tenho de agradecer à mulherzinha que trata da imagem da revista, porque sem ela não teria lido esta mesma. Assim também me acho na obrigação de agradecer à Dona Palmira que me ensinou a ler na escola primária.
Comecei então a folhear esta relíquia dos tempos modernos. Devo dizer que fiquei encantado. Que beleza! Que presença de espírito! Que bonito! Logo na página 7 desta encontrei uma metáfora digna de fazer inveja a um Mia Couto ou a um Luís Sepúlveda. Começava assim: “Já tentou abrir uma porta que ficou fechada por muito tempo? As dobradiças chiam e a porta se abre aos poucos.”. Nesta altura já me encontrava deliciado. Como é que numa rubrica chamada “Como comunicar com o seu cônjuge” conseguiram pôr estas duas frases de abertura tão épicas quanto literárias? E continuava: “ Mas o que aconteceria se essa porta tivesse sido usada com frequência e as dobradiças, bem lubrificadas? Seria fácil abrir a porta”. Neste momento percebi que para além de seres dotados de excepcionais qualidades ao nível da escrita, estes eram também sobredotados e excepcionais conhecedores da sexologia das portas. Quem diria que uma porta teria este comportamento? Afinal de contas ela também é um ser sensível e não gosta das coisas à bruta. Além disso precisa de saciar a sua sede carnal regularmente. Todo este nível de conhecimento foi por mim atingido em apenas duas frases, o que mostra que os redactores são bons comunicadores (não me farto de realçar este pormenor) e que eu sou provavelmente um pequeno génio. Esta citação acaba da seguinte forma: “ O mesmo acontece com a porta da comunicação. Se vocês fizerem da comunicação um hábito e lubrificarem as dobradiças dessa porta com amor cristão, poderão expressar facilmente seus pensamentos, mesmo quando houver desacordos”. Isto sim é uma conclusão! Rica em termos de conteúdo, forte e seca. Por isso vêem que as portas, a par da comunicação, são bastante humildes e não precisam de coisas caras para serem saciadas. Basta um bocadinho daquele gel “amor cristão” e já está! Mas, apesar de extasiado com tudo isto resolvi continuar. Agradeço a Deus, quem quer que ele seja, ter tomado esta decisão. Assim aprendi que “nossa aparência deve reflectir modéstia e bom juízo.”. Comecei-me a questionar-me então, tal como o jovem da revista: “Será que o meu estilo de cabelo irá reflectir a modéstia própria para um cristão?”. A resposta é clara. Jesus Cristo era rebelde e gostava de desafiar o pai senhor Deus. Ele armava-se em craque da bola e deixava o cabelo crescido, o que não é nem por sombras reflexo de bom juízo. Pergunto-me novamente se ele será mesmo o rapazinho que eu pensava que ele era, porque na revista vejo aqui uma passagem que me leva a querer que, ou ele é da família da Fátima Felgueiras, ou do sobrinho da Suíça, sim porque o tio não tem nada a ver com isso. “Sendo Filho de Deus, Jesus era isento de pagar impostos”. É por causa destes gajos que isto anda como anda! Andamos nós aqui a esfalfarmo-nos a trabalhar e na volta vem-me um gadelhudo dizer que não paga impostos só porque é filho de gente importante… mais uma vez reflectiu falta de modéstia e falta de bom juízo.
Antes de acabar de ler ainda tive a sorte de poder ler a seguinte frase: “No próximo número: Jeová treina pastores para seu rebanho”. Ó Jeová, onde andas tu com a cabeça? A esta altura do campeonato é que andas à procura de novas aquisições? Estou mesmo a ver… “Tu. Sim tu. Como é que te chamas? Ruben? Olha Ricardo tu vais jogar na ala esquerda a descair para o meio e vais fazer a jogada “Génesis (20:23)”. Ok? Não conheces? Então pergunta ao Zeferino que ele explica-te…”. Este homem até pode ter um tasco importante na administração do Reino dos Céus, mas deve andar charrado até aos cabelos…
Quero já agora aproveitar para dizer que as Testemunhas também fazem visitas ao domicílio, por isso, se interessados, liguem. Não se coíbam! Quero também legitimar o que digo do Senhor Meira, porque, como aqui vem “todos têm direito a um nome”, e o seu é sem dúvida filho de uma granda p..ta!
Ia eu no outro dia na carreira para Santa Dominguisa quando encontro no meu assento um belo exemplar da revista “A Sentinela” de 15 de Abril de 2006. Se calhar não foi bem no outro dia. Provavelmente até foi hoje… Mas continuando; tudo isto para dizer que este episódio banal me levou a um novo patamar de espiritualidade. Não quero com isto dizer que traí o deus Bode, nem o agrotuning, nem muito menos o Cristianismo. Só achei bonito e enriquecedor o que aquela revista dizia.
A capa era ternurenta: um casal de idosos japoneses que olhavam um para o outro com aquele ar de apaixonado. Apesar de um bocado abichanada posso dizer que esta capa me encheu de vontade de ler este exemplar d”A Sentinela”. Desta forma tenho de agradecer à mulherzinha que trata da imagem da revista, porque sem ela não teria lido esta mesma. Assim também me acho na obrigação de agradecer à Dona Palmira que me ensinou a ler na escola primária.
Comecei então a folhear esta relíquia dos tempos modernos. Devo dizer que fiquei encantado. Que beleza! Que presença de espírito! Que bonito! Logo na página 7 desta encontrei uma metáfora digna de fazer inveja a um Mia Couto ou a um Luís Sepúlveda. Começava assim: “Já tentou abrir uma porta que ficou fechada por muito tempo? As dobradiças chiam e a porta se abre aos poucos.”. Nesta altura já me encontrava deliciado. Como é que numa rubrica chamada “Como comunicar com o seu cônjuge” conseguiram pôr estas duas frases de abertura tão épicas quanto literárias? E continuava: “ Mas o que aconteceria se essa porta tivesse sido usada com frequência e as dobradiças, bem lubrificadas? Seria fácil abrir a porta”. Neste momento percebi que para além de seres dotados de excepcionais qualidades ao nível da escrita, estes eram também sobredotados e excepcionais conhecedores da sexologia das portas. Quem diria que uma porta teria este comportamento? Afinal de contas ela também é um ser sensível e não gosta das coisas à bruta. Além disso precisa de saciar a sua sede carnal regularmente. Todo este nível de conhecimento foi por mim atingido em apenas duas frases, o que mostra que os redactores são bons comunicadores (não me farto de realçar este pormenor) e que eu sou provavelmente um pequeno génio. Esta citação acaba da seguinte forma: “ O mesmo acontece com a porta da comunicação. Se vocês fizerem da comunicação um hábito e lubrificarem as dobradiças dessa porta com amor cristão, poderão expressar facilmente seus pensamentos, mesmo quando houver desacordos”. Isto sim é uma conclusão! Rica em termos de conteúdo, forte e seca. Por isso vêem que as portas, a par da comunicação, são bastante humildes e não precisam de coisas caras para serem saciadas. Basta um bocadinho daquele gel “amor cristão” e já está! Mas, apesar de extasiado com tudo isto resolvi continuar. Agradeço a Deus, quem quer que ele seja, ter tomado esta decisão. Assim aprendi que “nossa aparência deve reflectir modéstia e bom juízo.”. Comecei-me a questionar-me então, tal como o jovem da revista: “Será que o meu estilo de cabelo irá reflectir a modéstia própria para um cristão?”. A resposta é clara. Jesus Cristo era rebelde e gostava de desafiar o pai senhor Deus. Ele armava-se em craque da bola e deixava o cabelo crescido, o que não é nem por sombras reflexo de bom juízo. Pergunto-me novamente se ele será mesmo o rapazinho que eu pensava que ele era, porque na revista vejo aqui uma passagem que me leva a querer que, ou ele é da família da Fátima Felgueiras, ou do sobrinho da Suíça, sim porque o tio não tem nada a ver com isso. “Sendo Filho de Deus, Jesus era isento de pagar impostos”. É por causa destes gajos que isto anda como anda! Andamos nós aqui a esfalfarmo-nos a trabalhar e na volta vem-me um gadelhudo dizer que não paga impostos só porque é filho de gente importante… mais uma vez reflectiu falta de modéstia e falta de bom juízo.
Antes de acabar de ler ainda tive a sorte de poder ler a seguinte frase: “No próximo número: Jeová treina pastores para seu rebanho”. Ó Jeová, onde andas tu com a cabeça? A esta altura do campeonato é que andas à procura de novas aquisições? Estou mesmo a ver… “Tu. Sim tu. Como é que te chamas? Ruben? Olha Ricardo tu vais jogar na ala esquerda a descair para o meio e vais fazer a jogada “Génesis (20:23)”. Ok? Não conheces? Então pergunta ao Zeferino que ele explica-te…”. Este homem até pode ter um tasco importante na administração do Reino dos Céus, mas deve andar charrado até aos cabelos…
Quero já agora aproveitar para dizer que as Testemunhas também fazem visitas ao domicílio, por isso, se interessados, liguem. Não se coíbam! Quero também legitimar o que digo do Senhor Meira, porque, como aqui vem “todos têm direito a um nome”, e o seu é sem dúvida filho de uma granda p..ta!
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