Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

14 dezembro 2006

"Qual foi para si a melhor obra de Fernando Pessoa?"

Esta foi a sinistra pergunta que, há uns tempitos, me calhou num belo teste de Língua Portuguesa. Vou ser sincero, desconheço a obra de Fernando Pessoa. Apesar de o ter estudado e tal, sempre pensei que ele fosse poeta ou assim. Nunca empreiteiro.
Está certo que quem lê a Ode Triunfal de Álvaro de Campos fica com a nítida ideia que o Quim Barreiros e os Peitos da Cabritinha são um pau-ao-gato, a léguas da brejeirice do homem. Tanta piadola sexual implícita disfarçada de manifesto futurista que até assusta. Na minha cabecinha ainda o imagino com uma concertina e bigodinho a cantar umas pimbalhadas. Afinal de contas, toda esta brejeirice é um claro indicador da sua predisposição natural, do seu inegável destino de empreiteiro.
E agora que raciocino nem está mal pensado. É que o gajo, com tantas personalidades imaginárias, está na boa. Se o prédio ruir a culpa é do Alberto. Se houver falcatruas foi o Ricardo. Se ganhar um prémio foi o Pessoa.
E já agora, pensando bem, talvez nem seja difícil descobrir qual foi a sua empreitada. Afinal de contas ele passa o dia sentado a olhar para o Metro!
  • Arrisco-me a imaginar um diálogo entre uma moça que se senta ao seu colo para tirar uma foto:
Turista - Cheeeese!
Fernando - Olá jeitosa... que fazes hoje à tarde?
T - Desculpa!?
F - Que te parece de vires fazer o amor?
T - Contigo não de certeza! Vou é já chamar um agente da autoridade!
F - Porquê? Foi o Álvaro! Não fui nada! Foi o cheiró-leite do Alberto! Como é possível? Foi o Nando pá! Não fui nada, juro! Quem mais jura mais mente! O último a pôr a mão no chão é culpado! Sem contar comigo até à morte! Não vale! Arrebenta a bolha!