Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

31 março 2007

O PNR lava mais branco


Só mesmo um mal intencionado pode dizer que este cartaz é de cariz fascista. Até disse "Façam boa viagem"!

26 março 2007

Dissertação sobre a acefalia

Todo e qualquer miúdo sonha um dia ser super-herói. Ou mesmo bibliotecário. Mas, o que estará por trás desta nossa obsessão de nos tornarmos em alguém que luta para salvar o mundo? O altruísmo? A preserverança? A sede de justiça? A demência?

Ninguém sabe realmente. A vastidão e complexidade do conceito "super-herói" acabam por se afigurar como um forte impedimento à real percepção deste fenómeno que em muito transcende a nossa capacidade de mandar bitaites, ou mesmo de dizer algo com interesse e nexo de forma articulada e concisa, interessante e apelativa ou mesmo gostosa sem no entanto cair em obscuras redundâncias. Porém uma coisa é certa: quem criou os super-heróis estava, como eu e o meu amiguinho azul felpudinho, com uma moca de ácidos incrível.

Vejamos. Nunca ninguém no seu perfeito juízo idealizaria para um gajo fixe uma combinação que incluía na mesma fatiota o uso de calças de lycra azuis e de cuecas vermelhas. São cores que não combinam. De um lado, um vermelho forte e aguerrido que dá sinais de se querer impôr. Do outro um azul acéfalo que, apesar de não se mostrar amorfo, não se procura destacar das demais tonalidades, parecendo sujeitar-se ao rumo que a cromia dominante lhe parece impôr. Não joga. Para além do mais nunca percebi por que razão procuraram os senhores Joe Shuster e Jerry Siegel sobrepôr à figura do gajo que veio de Krypton e que quer ser bonzinho a figura do Capitão Cuecas. Juro que não...

Outra das coisas que sempre me apoquentou foi a personagem da Storm, a senhora que tem como grande poder controlar o tempo. Primeira razão da minha inquietação: ela tem um super-poder foleiro. Lá me interessa se neva ou faz sol quando o mundo é ameaçado por vilões do calibre de um Magneto?! Segunda razão: Storm, tu não só tens poderes foleiros como és uma macaquinha de imitação. Toma mas é juízo e paga lá os direitos de autor ao São Pedro. É o mínimo...

Por último, gostava ainda de vos falar sobre o cúmulo dos cúmulos da estupidez dos super-heróis: o Daredevil. Há muitos maus: desde o gajo que quando se irrita adquire uma coloração verde ranho e fica burro, ao gajo que se intitula de Thor mas que anda com o chapéu do Asterix na cabeça, a lista é infindável. Mas uma coisa vos garanto: não há concepção mais estúpida que a do Daredevil. Comecemos pelas suas fraquezas. O Daredevil tem fraqueza a sinos. Cá está. Um super-herói tem fraqueza a quê? A sinos... muito bem! Logo aqui é um super-herói que levava na boca do Tareco ou do Noddy, na medida em que ambos usam guizos. Ninguém quer um gajo destes para nos defender, é certo. Quanto aos super-poderes nem se fala. "Ah, tenho os meus sentidos muito desenvolvidos!". "Ah, consigo construir uma imagem mental do que me rodeia através das simples ondas sonoras que capto!" Ok. Que o Daredevil é fixe já deu para perceber. Só gostava um dia de perceber qual a piada de criar um super-herói que, afinal de contas, é um sonar gigante...

11 março 2007

Golo de Jerrican mantém Sporting na luta pelo 2º lugar

Ontem, na flash interview dada à SporTv a seguir ao jogo do Estrela, Daúto Faquirá disse que a sua equipa perdera muito por causa das más marcações efectuadas às unidades móveis do Sporting. Não sei, mas na minha opinião, Daúto, és doidinho. Estavas à espera de jogar contra bidons?

04 março 2007

Deve ser de mim, mas ver coisas que não estão la é difícil

Alguém me explica porque é que o pessoal tenta ver o eclipse da lua? É que eclipse está definido como "desaparecimento aparente de um astro pela interposição de outro, entre ele e o observador ; ausência;".

01 março 2007

O facalhão - história de uma vida

Embora seja um instrumento consagrado no que toca a práticas relacionadas com o estropiamento de membros, a verdade é que o facalhão tem sido não raras vezes negligenciado pelas autoridades agrícolas deste país, que parecem não reconhecer o inegável contributo deste para a prática da apanha da laranja. Tratando-se este utensílio manual de um dos mais paradoxais instrumentos de trabalho que o ser humano tem ao seu dispor, parece-me não só justificável, como mesmo imperioso dar aqui, neste espaço por excelência de debate das questões agrárias, a visibilidade que este instrumento merece.
A criação do facalhão data dos tempos mais recônditos da nossa história e teve como criador D.Afonso Henriques. Tendo começado por desempenhar funções ao nível da manicure e pedicure a verdade é que o facalhão evoluiu, tendo vindo a desempenhar as mais variadas funções. Notabilizando-se na missão secreta empreendida pelo nosso grande rei D.Dinis, que visava tomar de assalto o Pinhal de Leiria aos Gambozinos, o facalhão veio posteriormente a ingressar numa carreira militar, onde foi distinguido com a Medalha de Mérito por serviços prestados à nação.
Embora profissionalmente bem-sucedido, o facalhão sempre denotou problemas do foro psiquiátrico, agravados pelo facto de lhe estarem vedadas todo o tipo de práticas sexuais que tanto prazer davam aos seus amigos. Com o tempo, e sem conseguir ultrapassar tal limitação, o facalhão começou a desenvolver práticas anti-sociais e a sua pendência para a misantropia agravou-se. Desintegrado da comunidade onde vivia o facalhão procurou a felicidade na comunhão com a Natureza, rompendo todo e qualquer contacto com qualquer ser humano e também com o Cláudio Ramos. Desta fase data a sua alcunha de "facalhão do mato".
Anos mais tarde conheceu um dos seus maiores amigos: Rambo. Rambo tornou-se no seu ombro amigo e confidente. A ele lhe confidenciava as suas agruras e tristezas e também as suas infelicidades, tal como os seus desgostos. Rambo compreendia-o e tentava proporcionar-lhe aquilo que a vida não trouxera ao facalhão. Assim, num belo dia, e num ataque de solidariedade e também de alguma parvoíce, decidiu proporcionar-lhe o prazer sexual que o facalhão nunca tivera. Assim nasceu a circuncisão. E dois nanosegundos depois a amputação dos órgãos reprodutivos masculinos.
Apartado de parte do seu precioso apêndice, Rambo, devastado, decidiu dar a sua vida por terminada. O facalhão nunca recuperou. Hoje, regressado à civilização, divide o seu tempo entre a argicultura e a sede da Ideal Casa onde, manietado por uma poderosa fada do lar se encontra subjugado, sendo obrigado a vender-se a troco de dinheiro.
Hoje assistimos a um final do facalhão algo decadente. Porém nunca esqueçamos aquilo que ele nos ensinou. Só assim viveremos o real espírito do facalhão. Só assim o facalhão continuará a viver em nós.