Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

22 fevereiro 2007

Eh Marine - a revelação do cinema português

Bem, a pedido de um dos seus criadores, trago-vos hoje o portentoso vídeo "Eh Marine".
Com claras evidências surrealistas, este filme prima particularmente pela qualidade do seu argumento. Assumindo-se despreocupadamente como um autêntico tour de force, este filme quebra as convenções previamente estabelecidas e os cânones do cinema moderno. Falamos de um filme catárcico, que surpreende pela sua imprevisibilidade e pelo uso de objectos de alto valor simbólico, que traduzem e parecem partilhar da angústia de viver das personagens nele envolvidas.
De realçar a preocupação evidenciada com o guarda-roupa e com a banda sonora, bastante original, produzida propositadamente para o efeito. Gostaria ainda de destacar o magnífico desempenho dos actores aqui envolvidos que, apesar da sua juventude, evidenciam um grande profissionalismo e talento.
Amigos, este é o futuro do cinema erudito português.


20 fevereiro 2007

Mais um vencedor...

Acabo agora de receber um emílio do Aníbal Tremoço que me disse ter ganho o prémio das sequências, uma vez que era o único competidor. Para além de um link para um Fórum Gay sofri umas ameaças, mas nada de mais. Mas pronto, para evitar males maiores atribuo o prémio ao moço e está feito.
Deixo só os meus parabéns ao participante. Boa contribuição hein?
  • Aníbal, um abraço. Em chave alemã.

E os vencedores são...

Parece que já achámos os grandes vencedores do concuros de coments parvos. E assim o primeiro lugar vai para... o "Como me Quiserem Chamar" e para o "História de São Roque de Cima" que ficaram empatados no lugar cimeiro da tabela classificativa.

Aqui ficam os coments:

  • como me quiserem chamar
    Gosto muito pouco que me chamem Carlos Miguel, nomeadamente porque o meu nome é Carina Sofia e acho que mereço respeito. Quanto ao facto de o meu nome ser deveras constrangedor, proponho aqui a adopção da designação de Cátia Micaela para a minha pessoa, por forma a evitar os risos e a galhofa que se gera quando a minha mãe me chama para a mesa CARINA SOFIA! e o meu pai se ri até às lágrimas. Mas de resto, a vida corre-me bem.

  • História de São Roque de Cima
    Venho por este meio relatar o sucedido na minha terra, são roque de cima, entre rio bravença e toledo. o que sucedeu foi o seguinte. ia na estrada de terra castanha na minha famelzinha de mil nove e seis sete, quando nisto vem o senhor augusto das cabras, a passear os seus porcos que traziam ao colo umas ovelhas, e nisto ficámos num impasse extremo: ou ele passava e deixava todo o seu manancial de gado, ou eu ficava parado na berma, sendo depois alvo de chacota de toda a aldeida de são roque de cima, entre rio bravença e toledo. O velho augusto das cabras ainda tentou dizer "oh moço passa para a faixa de lá", mas eu, qual quê, até parece que a estrada é de todos queres ver! Nisto vem a moçoila mai bela de são roque de cima, entre rio bravença e toledo, a anita, 100 kilos de 1,40 de classe. Ela olhou para mim e disse: "Augusto das cabras queres ajuda com os teus porcos que levam ovelhas ao colo?". Sim era estrábica. E sim, tinha uma paixoneta pelo augusto. Num ataque de raiva, acelerei, indo bater com a minha famelzinha mesmo em cheio no augusto das cabras. Ficou uma lástima. A minha famelzinha claro, que era já velhota, de mil nove e seis sete. Mas houve uma das ovelhas que estava ao colo de um dos porcos do augusto das cabras que se assustou e foi-lhe bater mesmo em cheio, fazendo-o cair pela ravina. E é por isso agora me sinto um bocado estúpido. Porque aqui na terra de são roque de cima, entre rio bravença e toledo vigora a pena de morte e eu estou a gastar os meus últimos 5 minutos a contar esta história. É que se nao contasse aqui, diziam que ele tinha morrido engasgado em leite de cabra.Um abraço amigo do futuro falecido.

Agora se me permitem vou voltar a fechar a caixinha dos comentários. A todos os participantes um grande bem-hajas

15 fevereiro 2007

Concurso de coments parvos

Eu tenho andado a ler os coments de alguns blogs que por aí andam e reparei que há por lá pérolas de tão inestimável valor que seria de mau tom da minha parte não as aproveitar. Por isso, vou inaugurar os comentários neste blog. Sim, isso mesmo: o gajo que disse que nunca ia permitir coments neste blog reconsiderou e vai abrir um concurso de coments parvos.
O concurso terá 2 categorias: coment mais parvo e melhor sequência de coments parvos.
A caixinha de coments está aberta. Por que esperam?

14 fevereiro 2007

Queria só aproveitar para

dar um abraço à Elsa Raposo e desejar-lhe um feliz Dia dos Namorados.

10 fevereiro 2007

Apareçam!


07 fevereiro 2007

A camisa do Dunga

Ontem foi dia de jogo Portugal-Brasil. E o incrível é que, num jogo onde se defrontaram duas das melhores equipas do futebol mundial, tenha sido uma peça de roupa que se destacou. Estou obviamente a falar da camisa do Dunga.
Eu não sei o que se passou na cabeça daquele senhor. Juro. Estava um frio de rachar, toda a gente de luvas, cachecol, anorak, e ele ali de camisa. Se eu tivesse aquela indumentária no corpo, a minha preocupação passaria por ocultá-la. Mesmo que estivessem trinta graus eu vestia uma camisola por cima, podem crer! Mas ele não. Passou o jogo todo a tremer, com as mãos nos bolsos, mas mesmo assim a camisa prevaleceu. Nem blusão, nem nada... camisinha ali a mostrar quem era homem.
Passei o tempo todo com a imagem do Dunga ou a cantar os parabéns ou a servir farofa com picanha. Foi assustador! Ó Dunga, não acredito que alguém se vista assim por vontade própria... foi a tua mãe que ta deu no Natal e que te obrigou a vesti-la? Ou isso eram símbolos tribais do Murumbi e vestiste-a para dar sorte? Não percebo...
E isto leva-me só a este ponto: como pode um homem, que nem uma camisa sabe escolher, treinar a selecção brasileira? Pergunto-me se terá tomates para o "escrete"...

06 fevereiro 2007

Ó faz favor!

Ora vejam-me só a finesse deste vídeo.


03 fevereiro 2007

Mais tralha sobre aborto

Ultimamente os apoiantes do "não" têm repetido até à exaustão o argumento de que assim irão sufragar (e reparem como este verbo assim conjugado adquire todo um belo efeito fonético) pois são a favor da vida. Eu atrever-me-ia assim a citar Noam Chomsky, no seu livro "A manipulação dos Media" para vermos o ridículo desta afirmação:
"Quem pode ser contra isso? Ou como na Guerra do Golfo: «apoiem as nossas tropas». Quem pode ser contra isso? Ou fitas amarelas. Quem pode ser contra isso? Ninguém, pois são palavras desprovidas de qualquer sentido.
Na realidade, que significado tem alguém perguntar: o senhor apoia o povo do Iowa? Pode dizer-se Sim, apoio, ou Não, não apoio? Nem sequer é uma pergunta. Não significa nada. É esse o problema. O problema de palavras de ordem de relações públicas como «apoiem as nossas tropas» é que não querem dizer nada. Querem dizer tanto como apoiar o povo do Iowa. Claro que existe uma verdadeira pergunta que não é feita explicitamente. A pergunta é: apoia a nossa política? Mas não se pretende que as pessoas pensem sobre essa pergunta. É esse o objectivo da boa propaganda. Pretende-se criar uma palavra de ordem com que não só ninguém possa estar em desacordo, como até que toda a gente concorde. Ninguém sabe o que significa, precisamente porque não significa nada. A sua grande importância provém da sua capacidade de afastar a atenção das pessoas de qualquer pergunta que signifique alguma coisa."
Perante isto, e estabelecendo um paralelismo entre os argumentos por Chomsky enunciados e a questão da despenalização do aborto, não faz sentido continuar a afirmar que se vota "não" porque se é a favor da vida. Até agora não vi ainda nenhum defensor do "sim" que não o fosse. Nem perguntar se se é a favor do aborto. Acreditem, ninguém o faz por desporto.
O que está em causa é uma política de cariz eminentemente social. Talvez já seja altura de as pessoas se deixarem de demagogias bacocas. Talvez seja altura de se discutir verdadeiramente a despenalização voluntária da gravidez...

02 fevereiro 2007

A Rtp é uma mina

Não é para me gabar, mas estes vídeos são realmente fantásticos. Vejam e riam-se como se não houvesse amanhã:






Já percebemos que não são retrógrados, não é preciso insistir

Pessoal, não tenho muito para dizer. Estou só a escrever porque já há algum tempo que não via alguém utilizar a palavra "passeata". Vejam este link da "tribo" da Igreja Maná e deliciem-se com a sonoridade desta magnífica palavra.

01 fevereiro 2007

Interrupção voluntária da gravidez, aborto para os amigos

Eu tinha-me prometido a mim mesmo que não iria falar de assuntos sérios neste blog, porém, os outdoors do movimento "Não Obrigada" impeliram-me a tal.
Os outdoors deste movimento são, a meu ver, a melhor coisinha que, nos últimos tempos, surgiu nas ruas de Portugal. Até ao momento já vi pelo menos três e digo-vos que, até agora, estes são os únicos que se destacaram dos demais. Analisemos o porquê.
Eu era capaz de começar por aquele que diz: "Pagar com os meus impostos clínicas de aborto?". Ora, ao que parece quem fez este lindo cartaz desconhece que os impostos têm um carácter unilateral. Por outras palavras, e para quem não teve aulas de economia, tal significa que, apesar de eu pagar o mesmo montante para os impostos que o meu vizinho, tal não significa que, por fazerem um lancil para o passeio à sua porta, também tenham de fazer o mesmo em frente à minha casa. Ou seja, é nosso dever cívico pagar os impostos que serão usados pelo Governo legitimado pelas eleições. E já agora uma pergunta: como podem vocês, movimento "Não Obrigada", num assunto de tamanha importância (em que se opõem assassinos a amantes da vida) usar um argumento de cariz económico? Não será algo despropositado?
Há ainda outro de que gosto muito que é aquele que diz qualquer coisa como "contribuir com o meu voto para aumentar o número de abortos em Portugal?" que, na minha opinião, é sem dúvida o melhor. Na realidade os números dizem o que quisermos que eles digam. Por exemplo, o presidente da Serra Leoa ou da Somália pode dizer que está ao nível da Europa no que toca ao combate ao HIV. Mas será que tal quer dizer que na Serra Loa ou na Somália há menos casos de HIV? Ou simplesmente que os casos não estão devidamente registados e contabilizados? E ao pensarmos que o número de abortos aumenta se o liberalizarmos tal não poderá resultar de o facto de estes serem registados, o que não acontece caso sejam feitos clandestinamente? E quando se diz que aumentam os abortos em Portugal, não quereriam antes perguntar se, efectivamente, aumentam os abortos feitos por portugueses? É que, não sei se sabem, mas há gente que vai a Espanha fazê-los...
Para finalizar gostaria também de falar do "abortar só porque sim". Pessoal, quanto a mim não sei, mas duvido que alguma mulher se lembre de o fazer só porque não tem nada de jeito para fazer no sábado à tarde. É que da maneira como falam parece que vão esforçar-se por engravidar só para irem abortar...