Garagem do Amílcar

O blog do Amílcar Filhoses, o Profeta do Agrotuning

21 janeiro 2007

Como desvirtuar um jogo em 7 passos

Há cerca de duas semanas um amigo meu cá da terra ofereceu-me a trial de um famoso jogo online, o World of Warcraft. E, passadas duas belas semaninhas, tenho de admitir que aquilo é realmente engraçado. No entanto, só apenas me apercebi do objectivo com que o jogo fora criado quando esse meu tal compincha me chamou de otário ao constatar que ainda só estava em nível cinco. De facto ele estranhou, visto, segundo ele, eu ser um jogador bastante dotado. Ele ofereceu-se inclusive para vir cá à Garagem ver-me jogar, para me ajudar no que fosse preciso. Coitado… ainda ele não tinha percebido que eu não estava ali para jogar.
De facto, para mim, o mais divertido não é jogar, mas sim gozar com o pessoal. E, agora, passado um mês de aprendizagem, irei dar-vos aqui umas linhas orientadoras de coisas realmente engraçadas para fazer neste jogo, que não passem por matar bichos. Aqui vos deixo então uma pequena lista de coisinhas para gozarem com o pessoal no jogo:

  • Criem um character do sexo masculino e andem pelas terriolas a dar beijos a characters também do sexo masculino. Vejam como são vilipendiados pelos que vos rodeiam.
  • Criem um character do sexo feminino com um nome a fugir para o erótico. Depois finjam engatar o pessoal que anda por lá. Acreditem, é do melhor.
  • Persigam incessantemente e da forma mais irritante possível um jogador durante meia hora e recusem todo e qualquer convite para formar party e ignorem por completo tentativas de conversa amigável. Se tudo correr bem conseguirão pôr o outro jogador de nervos em franja, a gritar impropérios para o ar.
  • Procurem minas e façam com que os bichos vão atrás de vocês. Aí fujam para um sítio onde haja fortes possibilidades de estarem jogadores, por forma a “queimá-los”, levando-lhes uma catrefada de bichos para cima deles. Provavelmente irão morrer, mas o gozo de os ver estrebuchar por vossa causa justifica e muito este sacrifíciozinho.
  • Quando um druida vos fizer um buffer acusem-no de vos estar a diminuir os atributos da vossa personagem. Sejam veementes e esperem por reacções iradas. Não há nada mais garantido para chatear que a técnica do mal-agradecido.
  • Quando vos perguntarem por direcções indiquem o caminho exactamente inverso. É mais giro ainda que na vida real, uma vez que não há hipótese de vos espancarem.
  • Este funciona tão melhor, quanto mais baixo for o nível do vosso character. Desafiem jogadores de nível 60 ou mais para vos defrontarem em “duel”. Se ele aceitar concerteza que vocês irão perder. Quando tal acontecer digam que foi sorte e que ele só ganhou por ter utilizado cheats. Se ele não aceitar acusem-no de ser mariquinhas e comecem a fazer de galinha à volta dele.

E assim se desvirtua um jogo em apenas sete meros passos. Experimentem, não se arrependerão.

15 janeiro 2007

Chegou o dilúvio

Hoje ouvi dizer que a água ia aumentar. Mas quê, vai chover mais, é isso? Ai, como adoro o rigor jornalístico…

Flatos e cigarros

Há uns tempos a Carolina Salgado veio a público dizer que o seu anterior mais-que-tudo insistia em soltar cheirosos flatos em locais fechados, o que a obrigava a acender o seu belo cigarrinho para ver se disfarçava o pivete que ficava para aquelas bandas. Contudo, se por um lado louvo a ternura ímplicita neste acto, por outro tenho de lançar um alerta: atenção pessoal, cuidado aí com isso, porque o tabaco pode ter a sua piada mas está longe de possuir as faculdades de um ambientador! Só para que conste…
Só que isto leva-me a questionar diversas coisas. Qual era a ideia daquela brilhante mente de Carolina? “Epá, devido a actos como este que estou a ter agora poderão vir a sofrer no futuro de problemas respiratórios, mas não há crise que sempre é preferível do que ficarem aí a espichar-se no chão durante cinco agoniantes minutos com o cheiro do meu Jorge Nuno?” Ok, são perspectivas…
O engraçado é que, parecendo que não isto explica muita coisa. Já alguma vez viram o Pinto da Costa nos Estados Unidos? Pois, eu também não, o que não é de estranhar: lá é proibido fumar em locais fechados…

Gente estranha esta...

Vejam bem, é o puto Pac, é o Sam the Kid, é o Júnior... mas que raio é que se passa com o pessoal do hip-hop cá em Portugal!?

08 janeiro 2007

Rambo, a obra-prima de David Morrel

Há uns dias andava na Fnac à procura de qualquer coisa para ler, quando, para meu espanto, encontro lá o livro que procurava desde pequenino: Rambo, a Fúria do Herói.
Acreditem ou não, sempre admirei David Morrel, o autor desta obra. Parece que não, mas é fascinante como pode alguém ter feito um livro de 195 páginas que, depois de espremido, dá origem a, no máximo, 40 minutos de diálogos quando adaptado ao grande ecrã. Amigos, este senhor foi um génio! Comecei por ler o pequeno resumo que vinha na contracapa do livro: “Quando Rambo chegou à pequena cidade de Madison, no Kentucky, trazia apenas consigo um saco-cama e um aspecto cuidado pouco limpo. E foi quanto bastou para o chefe da polícia o expulsar da cidade. Mas esse foi o primeiro erro. Rambo voltou. Depois do que passara no Vietname não estava disposto a deixar que o empurrassem.” Ora, logo esta primeira passagem do resumo dá-nos a entender claramente meia-dúzia de coisas. Primeiro que Rambo era mau como as cobras, que esteve no Vietname e que foi empurrado de forma viril para fora da cidade por um agente da autoridade com desavenças com sacos-cama. Este livro promete, pensei. E, num impulso, fui até à caixa e decidi adquirir a obra.
Devorei-a numa noite. E digo-vos, fiquei deliciado coma qualidade do livro, cujo mérito divido de forma igual pelo autor e pela tradutora. Que beleza de linguagem! Que estilo fascinante e eloquente! Que glamour! Esta obra não merece apenas uma leitura rápida. Merece um estudo cuidado que a afaste de um obscuro esquecimento. Por isso não resisto a partilhar convosco algumas das citações que mais me tocaram neste grande livro.
Por uma questão de coerência vamos espreitar em primeiro lugar para a primeira frase desta pérola da literatura: “Chamava-se Rambo e parecia um Zé-ninguém”. Hummmm… paradoxal por um lado… e bastante elucidativa por outro. Podemos portanto tirar duas conclusões: tinha pais que não o amavam (senão por que motivo dar-lhe semelhante nome?) e não tinha um aspecto assim muito bem definido. Continuei.
Fui lendo mais um bocado e, mesmo no início do capítulo dois, vi a mais bela passagem por que alguma vez passara os olhos: “O ar estava pegajoso da gordura das frituras”. Ahhh…Que bonita imagem. É que não só proporciona uma das mais bonitas visões que já pude imaginar, como também emprega o vocábulo “frituras”, cuja intrincada sonoridade me apraz muito. A apresentação deste tasco em que Rambo entrara estava feita. A cena continua sem nada mais a salientar até que surge a mais jabarda empregada de mesa e faz uma das mais insólitas perguntas até hoje pronunciadas por um ser humano num restaurante: “Como quer os hambúrgueres? Simples, ou com floreados?”. Mas que raio de empregada de mesa é que faz referências à flatulência e respectivo molho na hora de abordar o cliente? O que terá passado na cabeça daquela mulher? Não sei mas, acreditem, também dispenso tal informação.
Sei que a esta altura da minha fulgurante leitura já estava mais que fascinado com esta bela obra. E acredito que vocês mesmo sem terem porquanto lido o livro já partilham da minha opinião. Mas se as citações anteriores foram já de si francamente espectaculares, que dizer da citação que se segue? Pois digo-vos que, se pensam que já viram de tudo no que toca a surrealismo literário questionem-se se será realmente mesmo assim, pois a vossa perspectiva está prestes a mudar. E tudo graças a este grande senhor. Ora vejam: “Aqui e ali, ao longo das bermas, havia animais mortos, provavelmente atropelados pelos carros, inchados e cheios de moscas”. Espera aí! Então se calhar é isso! A bicharada foi toda atropelada porque naquela terra os carros incham com o sol! Caramba, que macabro! Bem depois disto só tenho a dizer uma coisa: Kafka, amigo, arruma as botas e muda de vida enquanto podes que isto de escrever é só para alguns…
Só para terminar deixo-vos só a frase mais paradigmática e que melhor caracteriza Rambo na sua essência: “Estúpido chui, antes de sacares da arma, eu podia manietar-te os braços e as pernas ao mesmo tempo”. (perfeccionista o gajo, hein? Não lhe basta manietar os membros inferiores e superiores do senhor agente antes de este lhe desferir um balázio na moleirinha, como tem de o fazer de forma sincronizada! Começo a gostar de ti jovem Rambo, a sério que sim…).

07 janeiro 2007

O post 100 cheira mal!

Ao contrário do que vos tinha dito ontem, este blog, apesar de se aproximar do seu fim, ainda vai ter mais uns mesitos de existência. A verdade é que o projecto Rinoceroulas está a levar mais tempo do que o previsto a ser estruturado, por forma a assegurarmos uma melhor qualidade dos seus conteúdos. Portanto, por agora podem continuar a contar comigo, Amílcar, o profeta do agrotuning!

05 janeiro 2007

Post 100

É com algum pesar que aproveito este post para dar vos dar a conhecer que a Garagem pode estar para fechar. Ultimamente tenho vindo a notar que a qualidade dos textos tem vindo a decrescer. Ou pelo menos já não tem a mesma piada fazê-los. Desta forma, euma vez que apenas faço isto por auto-recriação, não vejo outra alternativa que não seja encerrar este site, que continuará online. Entretanto começarei a trabalhar num novo projecto de grupo, intitulado de Rinoceroulas Produções (brevemente o linkarei aqui).
Por isso, meus leitores, não se admirem se aqui chegarem um dia e virem um post a declarar o fim definitivo da Garagem. Até lá, e enquanto não tenho coragem para dar a machadada final, ainda poderão vir a ter uns posts novos.

Um abraço do sempre vosso Amílcar Filhoses