30 outubro 2006
28 outubro 2006
Regojizai-vos, chegou a alternativa
Um deveras grande “dá cá um bacalhau” a todo o ávido agrotuner e leitor desta garagem a vós dedicada. A minha presença foi já anunciada, mas devido a determinadas vicissitudes só agora me foi possível juntar à família. Meu nome, como alguns o sabem, é Asdrúbal Face, vidente de cartas normais e correntes e o recentemente feito correspondente alternativo do tractor e da sua ciência. Apesar desta perspectiva me ser deveras aprazível, tenho de confessar que de tractores percebo pevas. Mas já se sabe como funcionam as coisas em Portugal e, afinal de contas, eu conheço o Amílcar. Mas isso são somente detalhes! É com um peito cheio de orgulho e uma pequena acumulação de gases no intestino que declaro aberta a secção esotérico-alternativa deste profético antro agrotuner! Nuances ocultas, sabedorias antigas e o vistas do tractor lá fora encherão o vosso espírito e esta garagem de espanto! Até ao primeiro momento revelador!
Asdrúbal Face
21 outubro 2006
Acto de contrição
Só quem me conhece sabe quanto significas para mim. Água do meu líquido seborreico, pus da minha borbulha, sangue do meu sangue... tu és o meu mundo. Sem ti não sei viver. Sem ti sou apenas mais um mero mortal neste mundo pernicioso e conspurcado. Sou vazio e apenas um espectro do meu ser.
Reconheço: nos últimos tempos não me tenho dedicado tanto como seria desejável a este templo do agrotuning. Motivações várias, de ordem diversa, impedem-me de prestar o meu melhor contributo ao meu barraquinho do coração. Tentarei corrigir esta falha, prometo.
Assim, aproveito também para te revelar em primeira mão que terás um novo zelador. Asdrúbal Face, o vidente das cartas, em breve se juntará a nós.
Acredita, não foi por mal. Nunca fui grande coisa a decorar datas. Por isso perdoa-me, concede-me a tua bênção divina e liberta-me deste pecado inominável. Do teu amigo e fundador, do teu fiel servo, Amílcar.
05 outubro 2006
As pistas da Blue
Desejoso de ver o novo grande êxito da 2:, fui para casa. Pelo caminho recordei uma das frases que Woody dissera numa das suas películas, que tive oportunidade de visionar recentemente, no recato do meu humilde lar. “Acima de tudo, sê original. E, se tiveres de copiar, ao menos copia os melhores”. O engraçado é que, por mais absurda que esta frase pareça, ela é uma das mais bem conseguidas do nosso amiguinho. Só alguém dotado de excepcional capacidade de análise e raciocínio conseguiria reduzir a duas meras frases o “Manual de acesso ao Ensino Superior”, enquanto cascava na obra de Margarida Rebelo Pinto e no seu desmesurado ego.Ao chegar a casa, mal fechei a porta, fui especar-me em frente do televisor. Duarte, um jovem de porte atlético e cara de reguila, já me aguardava. Bem-falante, começou a meter conversa comigo. Uma coisa leva a outra e, lá dei por mim a participar no fascinante mundo da Blue.
Ora bem, mas em que consiste este programa? Passo a explicar. “As pistas da Blue” são um bocado como policiais, mas em ponto pequeno, menos, ou mesmo nada elaborados (tipo Rex, Max e assim). Neste caso, o espectador é convidado para em cada episódio tentar ajudar o Duarte a deslindar intrincados enigmas de forma a perceber o que a cadelinha nos pretende transmitir, mas, que, por impedimentos de ordem biológica, não é capaz de nos transmitir. Para tal utiliza os mais variados objectos, que variam entre a mítica cadeira de pensar ou o simples bloco de notas, onde desenha com traços surrealistas as pistas que vai encontrando.“As pistas da Blue” estão repletas de estranhos objectos. Ora é o bloco de notas, ora é a cadeira de pensar, ora o raio que os parta. A verdade, pura e dura, é que os produtores nos encharcam a moleirinha com estas parvoíces. E a cadeira de pensar é sem dúvida das peças mais enigmáticas deste programa. Eu gostava é que alguém me explicasse porque é que escondem a verdadeira e única cadeira de pensar que eu conheço: a nossa amiguinha de porcelana. Porquê marginalizá-la? Já não bastam as humilhantes condições de trabalho a que estão sujeitas?Confesso; eu nunca fui muito apologista das drogas, mas a verdade é que neste caso estão de parabéns. Na Blue há de tudo: desde paprikas e caixas de correio falantes, ao esparralhoto que dança, aquilo é uma alegria. Mas sejamos francos: aquilo não faz sentido. É como pôr Fiúza ou mesmo Bush a falar: um verdadeiro atentado à inteligência
Mas, o que efectivamente me choca não é a série em si. Ela até tem qualidade. Os enredos batem aos pontos o rival Max e o Duarte é bem mais convincente que o inspector Jorge Mendes. Só não percebo como classificam esta série como “para todas as audiências”. O inspector Max é bastante útil. É aliás, uma série fantástica, absolutamente imperdível para quém pretende seguir o curso de representação canina. Mas e a Blue? O que é que ensina aos putos?Eu proponho algo de inovador para esta estação: uma imitação do Clube Morangos. Quero um programa onde se faça uma imitação rasca do Trl, já de si rasca. Quero um programa que tenha uma apresentadora que se encharca em ecstasy, outra que tem 26 anos e faça anúncios a cremes para adolescentes e um tipo buédas da dread mega fixe que, em cada 3 palavras diga 4 vezes alright e estale veementemente os dedos em sinal de aprovação a comentários parvos. Quero um público cheio de desdentados e com miúdas que dizem: “os meus pais são maus porque não me deixam sair à noite, só porque tenho 11 anos”. Quero anúncios onde se dêem não bicicletas, mas “bikes muita loucas”. Quero um programa com “bandas” que variem entre For Taste, FF e For Taste. Acima de tudo quero assim um programa para os fãs da Blue.O Duarte pode estar a passar-se para o lado negro (leia-se cortou o cabelo à fashion), mas nós, verdadeiros amantes da Blue, não podemos deixar morrer o mito. Por um mundo melhor! Pela Blue!"
01 outubro 2006
Também no Diz que Disse
O primeiro ponto a ter em conta é, sem dúvida, a opção sexual dos membros desta comunidade. Apesar de nos considerarmos open-minded, não toleramos de maneira alguma gays ou metrosexuais.
Mas, da mesma forma que não aceitamos larilolés, também não temos a menor compaixão de quem não tem estilo. Para nós o estilo consiste em pequenas coisas. O agrotuner que se preze não se pode dar ao luxo de descurar a sua imagem. Desde o combinar da roupa com o estilo do tractor ao uso abundante de pulseiras e anéis de ouro, ou mesmo a simples camisa aberta, tudo deve ser tido em conta. O estilo, para além de reflectir a personalidade, reflecte também o grupo a que as pessoas pertencem. Não podemos portanto compactuar com situações de visível desleixo, pois, afinal de contas, é a imagem do agrotuning que está em jogo.
Há ainda os ensinamentos respeitantes à ética a adoptar. Escritos por mim, Amílcar, o profeta do agrotuning, numa tábua de pedra, profusamente decorada com neons azuis e vermelhos e vinis tribais, os 10 mandamentos do agrotuning devem ser encarados com seriedade. A ter em conta o “Não tunarás o tractor do próximo” e o “gasta todo o teu dinheiro em tuning, porque, aos olhos de Deus, serás recompensado”.
Acima de tudo, um tuner deve ser educado, respeitador, bom cidadão, uma jóia de pessoa e amigo do seu amigo. Sem mais delongas despeço-me. E, lembrem-se, keep it tuning!!! "